sábado, 2 de novembro de 2013

O «acordo ortográfico» e os bispos prafentex


Luís Lemos

Porque será que a generalidade das publicações da Igreja portuguesa dependentes do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, então sob a direcção de D. Manuel Clemente, adoptou de pronto o famigerado «acordo ortográfico»? Tal e qual as publicações do grupo Balsemão...

Numa primeira explicação poderia dizer-se que os responsáveis são tolos. Mas o mal pode ser mais profundo. Se é o caso ou não, deixam-se as atitudes passadas, presentes e futuras desses responsáveis à observação de cada leitor. Entretanto, propomos aqui a leitura do artigo de Félix Maier sobre as manipulações do inimigo em linguística.

«Preconceito linguístico»

Félix Maier

O preconceito linguístico anda de mãos dadas com o politicamente correcto, que tem por objectivo deturpar a linguagem por meio do «marxismo cultural» ou «multiculturalismo», de modo a destruir a cultura ocidental e a religião cristã.

Preconceito linguístico é o nome de um livro do linguista de pau (que consiste em acreditar que se muda a realidade mudando a linguagem) Marcos Bagno, da Universidade de Brasília (UnB), que aconselha o ensino de uma «gramática diferenciada» nas escolas, do tipo «filma nóis aqui» visto em cartazes nas bancadas dos jogos de futebol. A mesma UnB divulga o conceito gramsciano pastoso de «o direito achado na rua», criado por Roberto Lyra Filho, que, suponho, pode ser localizado na secção de achados e perdidos da Faculdade de Direito daquela academia pauleira...

O estudo da linguagem popular ou sociolinguística é válido para um estudante de Letras, de Pedagogia ou de Sociologia, nunca para um aluno analfabeto, cujo primeiro dever da escola é ensinar o estudante a falar e escrever correctamente a Língua Portuguesa. Não é por acaso que o Programa Internacional de Avaliação dos Alunos 2009 (Pisa), da OCDE, colocou o Brasil na 53.ª posição entre 65 países que fizeram o exame.

Esse desastre também pode ser visto na elaboração das nossas leis, que contêm erros grosseiros, como a frase fixada ao lado das portas dos elevadores: «Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar». A jornalista e professora de Português Dad Squarisi, na sua coluna no Correio Braziliense, corrigiu a ignorância dos deputados: «Antes de entrar, verifique se o elevador se encontra parado neste andar». Na internet, corre a história de que finalmente se descobriu quem é «o deputado»: o fantasma do elevador...

O preconceito linguístico anda de mãos dadas com o politicamente correcto, que tem por objectivo deturpar a linguagem através do «marxismo cultural» ou «multiculturalismo», de modo a destruir a cultura ocidental e a religião cristã. Destruindo a linguagem, destrói-se o pensamento e as crenças da nossa civilização, moldada na tradição judaico-cristã. Essa desconstrução cultural teve a contribuição importante de Georg Lukacs («terrorismo cultural»), de Antonio Gramsci («longa marcha nas instituições», ou seja, o domínio das escolas, media, até igrejas, para influenciar a cultura) e dos membros da «teoria crítica» da Escola de Frankfurt, que foi inicialmente chamada de «Instituto para o Marxismo»: Max Horkheimer, Theodor Adorno, Eric Fromm, Wilhelm Reich e Herbert Marcuse.

A Escola de Frankfurt foi «erguida com o dinheiro de Hermann Weil, capitalista e explorador do trigo (e da mão-de-obra barata) argentino. Da cátedra da Escola, os seus membros mais notáveis (alguns deles filhos de banqueiros e milionários), diante da crescente supremacia do capitalismo, atiram sofisticados petardos contra o que julgam ser a ‘estrutura dominante’ da sociedade industrial contemporânea. Um dos seus mais destacados mentores, Theodor Adorno (1903-1969) – que morreu de enfarte após uma aluna ter ficado nua na sala de aula para testar o grau de sinceridade do mestre pelas liberdades individuais por ele proclamadas –, era taxativo em afirmar (Dialéctica Negativa, 1966), por meio da ‘ênfase dramática’, que o mundo e as consciências viviam alienados e não tinham mais salvação, apontando a concentração do capital, o planeamento burocrático e a máquina ‘reificadora’ da cultura de massas como forças destruidoras das liberdades individuais (vindo daí, naturalmente, todo o arsenal crítico mais pretensioso contra Hollywood)» (PONTES, 2003: 42).

«A linguagem, segundo Marcuse, deve permanecer 'antagónica’. A contradição é o instrumento ordinário que ela emprega para tirar a clareza ‘semântica ou lógica’. Em termos simples, faz questão de não ser claro para que a linguagem revele, por duplicidade, uma tensão entre o significado aparente e o significado oculto. A dialéctica é estabelecida dentro do vocábulo. (...) O significado claro da sua vasta argumentação é, pois, a sociedade não repressiva. O sentido que ele ‘esconde e exclui’ no universo da locução é a criação de uma sociedade marxista» (VASCONCELOS, 1970: 26).

«A correcção política é a carrancuda vingança do rancoroso, intolerante e mal-intencionado idiota sobre tudo aquilo que tem vida no mundo. Não é nada mais do que o recurso não sincero e desprovido de humor de mentes tão medíocres, que, para eles, o ressurgimento do stalinismo é preferível à dor de um vislumbre do Ser – é o último vestígio da besta que Nietzsche identificava como ‘ressentimento’. Tais mentes tiram a sua melancólica noção de prazer – como as fantasiosas erecções de eunucos centenários – mascarando o pouco que desejam conhecer da História para pessoas que parecem não se conformar com os padrões artificiais dos mais inaptos governos do século XX» (SEYMOUR-SMITH, 2002: 84-5).

Até o Exército Brasileiro se rendeu à língua do politicamente correcto: não se realizam mais grupos de trabalho para tratar de Recursos Humanos, mas de «Talentos Humanos».

A crítica abrangente ao pensamento ocidental foi abraçada com vigor pela esquerda, por feministas e minorias para «fazer crítica social».

«Teóricos como Roland Barthes, Pierre Macheray, Jacques Derrida e outros pos-estruturalistas propõem novas maneiras de ler os textos e empreender a crítica da ideologia. Segundo eles, os textos devem ser lidos como expressão de várias vozes, e não como enunciação de uma única voz ideológica, que precise então ser especificada e atacada. Desse modo, exigem leituras polivalentes e um conjunto de estratégias críticas ou textuais que desvendam as suas contradições, os seus elementos contestatários periféricos e os seus silêncios estruturados». (KELLNER, 2001: 148).

«Trata-se de uma estratégia ‘subversiva’ de leitura, que parte do princípio de que qualquer texto, por mais que ambicione à clareza e ao rigor, sempre contém pontos cegos ou nódulos de ambiguidade que, devidamente explorados, permitem desfazer as amarras lógicas do raciocínio, inverter as suas premissas e anular as suas hierarquias de ideias». O profeta da desconstrução», revista Veja n.º 1876, de 20/10/2004, pág. 154). Jacques Derrida foi «o doutor Frankenstein da filosofia contemporânea» (idem, pág. 154).

E no Brasil? Acompanhando o «preconceito linguístico» de Marcos Bagno, o MEC (Ministério da Educação) criou a famigerada «cartilha de erros», onde se inclui a obscenidade linguística «nós pega os peixe». O mesmo MEC, que já tentou distribuir o escandaloso Kit Gay, de modo a assediar sexualmente as crianças, também distribuiu o livro Capitalismo para Principiantes às bibliotecas das escolas públicas, de acordo com o PNBEM/2008 – Programa Nacional Biblioteca da Escola para o Ensino Médio. Esse livro «didáctico» prega abertamente a luta de classes, condena o capitalismo e faz apologia ao socialismo. Ou seja, é um manual revolucionário, que defende o que existe de mais nefasto desde o século passado, o Comunismo – ainda que utilize outros termos, como Socialismo, para enganar os imbecis. Porque é que o MEC, em vez de criar aberrações no ensino, com incentivo à massificação da ignorância e da promiscuidade, não reedita livros como Organização Social e Política do Brasil, de Elizabeth Maria Araújo Loureiro, para ensinar a verdadeira cidadania aos jovens, e jogar o politicamente correcto no lixo?

No primeiro governo de Lula, «cabeças-chatas» (ignorantesna Secretaria de Direitos Humanos criaram uma cartilha politicamente correcta, que pretendia riscar do vocabulário nacional palavras julgadas «ofensivas». «Boiola» e «bicha» deveriam ser substituídos por «gay» ou «entendido». Millôr Fernandes sugeriu que «albino» fosse designado por «hipopigmentado». E negro, seria «hiperpigmentado»? Com críticas vindas de todos os lados, como as do escritor João Ubaldo Ribeiro, o dicionário do «stalinista puritano» foi guardado na gaveta, para possível apresentação no futuro próximo, já que foram impressos 5 000 exemplares. Como se sabe, o brasileiro (petista) partidário ou simpatizante do PT nunca desiste.

Em 2004, foi publicado um livro elucidativo sobre o assunto, Bourdieu e Preconceito Linguístico: duas refutações – na verdade, 2 livros em 1 –, em que Jeaninne Verdés-Leroux aborda o pensamento do francês Pierre Bourdieu, e Arthur Virmond Lacerda Neto, do brasileiro Marcos Bagno. Em França, o sociólogo Pierre Bourdieu, autor de La Misère du Monde, destaca-se entre os linguistas de pau, os nouveaux maitres à penser: «O sociólogo deve recorrer a termos novos, protegidos, por serem novos, pelo menos relativamente, contra as projecções ingénuas do senso comum» (Cfr. VERDÉS-LEROUX, 2004: 14).

«Quando se quer que alguém que não seja profissional da palavra diga coisas (e não é raro que digam coisas extraordinárias, que os profissionais da palavra, com todo o tempo do mundo, jamais pensariam), o que faz falta é um trabalho de assistência à fala (...) eu diria que essa é a missão socrática em todo o seu esplendor» (pág. 25). Em Homo Academicus, Bourdieu supera-se: «O retorno reflexivo implicado na objectivação do próprio universo e o questionamento radical imposto pela ‘historicização’ de uma instituição socialmente reconhecida como fundada para reivindicar a objectividade e a universalidade para as suas próprias objectivações» (pág. 33).

Diz Lacerda Neto:

«O opúsculo intitulado ‘Preconceito Linguístico, da autoria do professor Marcos Bagno, pretende invalidar o que reputa oito mitos concernentes ao português no Brasil e proclama como forma pior de preconceito em termos de idioma, o conjunto de prescrições de que se constitui a gramática tradicional, que, segundo o seu autor, representa um instrumento ideológico de legitimização das classes dominantes no poder» (LACERDA NETO, 2004: 173).

«Tudo vale, ensina o livro. Logo, valem todas as simplificações, as perdas das preposições, a abolição dos plurais (‘as duas máquina está parada’, ‘veio muitas pessoa’), a confusão dos tempos verbais, as gírias, o desleixo, a lei do menor esforço, a preguiça, os modismos, os estrangeirismos» (pág. 174). «A tese em apreço revela já um traço permanente do livro: a sua completa indiferença pela instrução dos brasileiros. Afinal, se saber menos é tão meritório quanto saber mais, mal não há em que quem sabe menos, continue assim» (pág. 175).

«Lê-se na página 39: ‘Ora, não é a língua que tem armadilhas, mas sim a gramática normativa tradicional, que as inventa precisamente para justificar a sua existência e para nos convencer de que ela é indispensável’» (pág. 176).

«Na página 124 depara o leitor com a afirmação de que ‘a língua materna ... é adquirida pela criança desde o útero e é absorvida com o leite materno’» (pág. 181). «Se alguém suspeitar de que com isto se abriu o caminho à anarquia e aos guetos linguísticos, acertou em cheio: o professor Bagno confessa preferir a barbárie do cada um por si, ao regramento da norma culta» (pág. 182).

«Submetendo os professores os textos dos seus alunos ao questionário sugerido em ‘Preconceito Linguístico’, eles não os estariam educando, nem dando-lhes voz, nem encorajando-os a manifestarem-se, tampouco reconhecendo-lhes o direito à palavra: estariam a instituir o ‘escolarmente correcto’, o terrorismo pedagógico, a manipulação das mentes pela necessidade das boas notas» (pág. 187).

O positivista Arthur Virmond de Lacerda Neto, num e-mail do dia 15/10/2013, afirmou:

«No fundo, a psicologia das doutrinas de M. Bagno parecem-me consistir em ódio, o mesmo ódio que Carlos Marx pregava no Manifesto Comunista. Alguém disse que um traço mental do marxismo é o ódio pela cultura capitalista-burguesa; parece-me ser o caso de M. Bagno. O que ele diz é estúpido e frágil intelectualmente; só se justifica emocionalmente, como racionalização de hostilidade. As doutrinas dele são afectivas e não inteligentes, para usar o vocabulário Positivista».

Segundo William Lind, «o politicamente correcto é a SIDA intelectual. Tudo o que ela toca adoece e finalmente morre». Os pensadores marxistas, ao insistirem na filosofia da miséria, transformaram-se na miséria da filosofia.


BIBLIOGRAFIA:

KELLNER, Douglas. A cultura dos media – Estudos culturais: identidade e política entre o moderno e o pós-moderno. EDUSC, São Paulo, 2001 (Tradução de Ivone Castilho Benedetti).

PONTES, Ipojuca. Politicamente Correctíssimos. Topbooks, Rio, 2003.

SEYMOUR-SMITH, Martin. Os 100 livros que mais influenciaram a humanidade – A História do Pensamento dos Tempos Antigos à Actualidade. Difel, Rio, 2002 (3.ª edição – Tradução de Fausto Wolff).

VASCONCELOS, Perboyre. A volta ao mito – À margem da obra de Marcuse. Biblioteca do Exército e Laudes, Rio, 1970.

VERDÉS-LEROUX, Jeaninne; LACERDA NETO, Arthur Virmond de. Bourdieu e Preconceito Linguístico: duas refutações. Editora Vila do Príncipe, Curitiba, 2004.





sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Maria João Ávila enviou-lhe
a seguinte Petição.





Caros Amigos,

Acabei de ler e assinar a petição: «Demissão de Blatter» no endereço http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=P2013N71205

Pessoalmente concordo com esta petição e cumpro com o dever de a fazer chegar ao maior número de pessoas, que certamente saberão avaliar da sua pertinência e actualidade.

Agradeço que subscrevam a petição e que ajudem na sua divulgação através de um email para os vossos contactos.

Obrigado.
Maria João Ávila

Esta mensagem foi-lhe enviada por Maria João Ávila (avilamja@gmail.com), através do serviço http://peticaopublica.com em relação à Petição http://peticaopublica.com/?pi=P2013N71205 





quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Interessante reflexão


Publicamos aqui um oportuno artigo de Elias Couto para reflectir. Incluindo em termos de causa e efeito.

(Assinalados nossos)


O Papa Francisco não tem culpa...



Elias Couto


Aos católicos não se exige que gostem de cada Papa. E, portanto, é normal haver quem se entusiasme com o Papa Francisco e não visse nada de interessante no seu antecessor. Seria conveniente, no entanto, não cair na armadilha, potenciada pelas redes sociais, de, para louvar o Papa Francisco, denegrir Bento XVI. E menos ainda se deveria cair na armadilha de faltar à verdade. Afinal, na Igreja, como também ensinou Bento XVI, a única hermenêutica válida, porque a única capaz de a edificar, é a hermenêutica da continuidade, não a da ruptura.

1. Há coisas para as quais não tenho paciência. Uma delas é a falta de rigor com que tantos jornalistas usam as palavras do Papa Francisco para promover agendas alheias ao Papa. Outra, é o modo como os panegiristas do Papa Francisco cultivam uma espécie de populismo próprio de ditaduras terceiro-mundistas, mas muito pouco adequado a uma Igreja com quase dois mil anos de história e 266 papas, desde S. Pedro. O Papa Francisco não tem culpa, mas...

2. Não tenho paciência para o modo como muitos, mesmo católicos, nas aras de incenso elevadas em louvor do Papa Francisco,denigrem os seus antecessores, sobretudo Bento XVI e João Paulo II. Segundo alguns, dá a sensação de termos saído de um longo inverno eclesial, decadente e triste, para a luminosidade de uma primavera sem sombras nem nuvens. Ora, de facto, saímos de anos, alguns deles terríveis, marcados por um esforço titânico para restaurar os muros derrubados e o rosto sujo da Igreja de Cristo, esforço protagonizado, sobretudo, pelos imediatos antecessores do Papa Francisco. Só assim se tornou possível o ânimo com que, agora, tantos se lançam com alegria a viver de novo a aventura da fé, alentados pelo optimismo e pelas originalidades do Papa.

3. «Eu nunca vi, um Papa... estender a mão e tocar as pessoas; abraçar, em vez de dar a mão a beijar; afagar crianças com ternura sem ser para aparecer na foto; que não fala em pecado; dizer que os mais pobres são os que mais praticam a generosidade; dizer que a acção vale mais do que a palavra; dizer que a medida da grandeza de uma sociedade reside no modo como ela trata os mais pobres; dizer que é preciso ouvir os jovens; falar do humanismo desumano que estamos vivendo; dizer que é preciso defender uma realidade humana, valores éticos... antes do Papa Francisco».

4. Não é possível encontrar uma coisa destas espalhando-se pelas redes sociais sem perder a paciência. Basta uma pesquisa rápida na internet para encontrar tudo isto e muito mais nos ensinamentos da Igreja e, para não ir mais longe, nos de Bento XVI e João Paulo II. Dito com outro estilo, sem cair nas boas graças da comunicação social, mas dito, escrito, ensinado, vivido. E, afinal, se o Papa Francisco é o primeiro que «afaga crianças com ternura sem ser para aparecer na foto», o que está a dizer-se dos seus antecessores? Que eram uns hipócritas?

5. Dir-se-á, talvez, que este é o tipo de panegírico exagerado, próprio do calor do momento. Eu, nada adepto deste tipo de «entusiasmos», direi que não é bem assim, pois até em artigos e entrevistas encontro com facilidade a mesma estrutura – o Papa «bom» e os anteriores para esquecer – embora com maior elegância na forma e com mais background teológico nos conteúdos.

6. «Enfim, não é uma «outra Igreja» que tem de nascer. É uma «Igreja outra» que (já) está a surgir. No coração de muitas pessoas». Bastaram seis meses de pontificado?... É obra. «Aliás, o povo de Deus ‘quer pastores e não funcionários ou clérigos de Estado’». Bento XVI lá dizia, com aquele seu jeito humilde e descansado, que o sacerdote «não é simplesmente o detentor de um ofício, como aqueles de que toda a sociedade tem necessidade, para nela se realizarem certas funções. É que o sacerdote faz algo que nenhum ser humano, por si mesmo, pode fazer»: pronuncia as palavras da absolvição, as palavras da transubstanciação... «Por conseguinte, o sacerdócio não é simplesmente «ofício», mas sacramento». E também, falando de Deus como «pastor» da humanidade: «O sacerdote, no âmbito que lhe está confiado, deveria poder dizer juntamente com o Senhor: «Conheço as minhas ovelhas e elas conhecem-me». E explica: «conhecer» significa estar interiormente próximo do outro, amá-lo». Claro, isto dá que pensar e não se transforma facilmente num slogan simpático, no qual se vê nascer uma «Igreja outra». Mas foi pensado, dito e redito pelo Papa Bento XVI, como antes por João Paulo II. E, no entanto...

7. Aos católicos não se exige que gostem de cada Papa. E, portanto, é normal haver quem se entusiasme com o Papa Francisco e não visse nada de interessante no seu antecessor. Seria conveniente, no entanto, não cair na armadilha, potenciada pelas redes sociais, de, para louvar o Papa Francisco, denegrir Bento XVI. E menos ainda se deveria cair na armadilha de faltar à verdade. Afinal, na Igreja, como também ensinou Bento XVI, a única hermenêutica válida, porque a única capaz de a edificar, é a hermenêutica da continuidade, não a da ruptura.

8. O Papa Francisco não tem culpa. Tem um estilo muito próprio – como cada papa antes dele. E com o seu modo de ser, com as suas palavras e os seus gestos está a fazer muito bem a imensos fiéis, à Igreja e a tanta gente há muito afastada da Igreja. O problema não é o Papa Francisco, mas aqueles que, «à boleia» do Papa Francisco, procuram a ruptura na Igreja. Podem até fazê-lo por amor à Igreja e ao Papa, mas é um amor equivocado. E, deste modo, em vez de potenciarem a acção do Santo Padre, acabam por reduzi-la a uma caricatura populista que o Santo Padre certamente não deseja e apenas serve para abrir novas feridas na já de si tão abalada unidade da Igreja.





Estados Unidos estão a deixar de ser
um país de maioria protestante



Os Estados Unidos deixarão de contar dentro de alguns anos com uma maioria absoluta de protestantes, segundo revela um estudo do Centro de Pesquisa de Opinião Nacional da Universidade de Chicago.

A instituição constata no seu relatório, publicado em 20 de Julho, que este fenómeno deve-se principalmente à queda do número de fiéis em muitas religiões cristãs, sobretudo entre adolescentes e adultos, e ao aumento de imigrantes de outras religiões.

De acordo com a pesquisa, entre 1993 e 2002 os americanos que se consideravam protestantes caíram de 63% para 52%, depois de durante anos este número se ter mantido estável.

Ao mesmo tempo, os norte-americanos que disseram não pertencer a nenhuma religião aumentaram de 9% para quase 14%. Segundo o estudo, muitas destas pessoas tinham sido protestantes.

A população católica manteve-se estável nos Estados Unidos nos últimos anos. Actualmente, constitui cerca de 25% dos habitantes do país, segundo esta fonte.

Por outro lado, as pessoas que disseram pertencer a outras religiões, incluindo o islão, igrejas ortodoxas ou religiões orientais, passaram de 3% para 7% entre 1993 e 2002. Os judeus constituem menos de 2% sem que houvesse alterações.





quarta-feira, 30 de outubro de 2013

João Paulo II sobre a «obsessão»
de defender a vida


João Paulo II uma vez concedeu uma entrevista ao respeitado jornalista Vittorio Messori, que lhe perguntou se ele não seria porventura «obsessivo» na sua pregação contra o aborto. O Santo Padre retorquiu-lhe:

«A legalização da terminação da gravidez é apenas a autorização dada a um adulto, com a aprovação de uma lei estabelecida, de tirar a vida a crianças ainda não nascidas e por isso incapazes de se defenderem. É difícil conceber uma situação mais injusta, e é muito difícil falar de obsessão nesta matéria, pois trata-se de um imperativo fundamental de toda a consciência recta – a defesa do direito à vida de um ser humano inocente e indefeso».

(Em Atravessando o Limiar da Esperança, 1994, livro-entrevista baseado nas perguntas de Vittorio Messori)





terça-feira, 29 de outubro de 2013

Quem é o Governo? Quem é a oposição?
(incluindo a oposição interna oficial dos partidos)








Dra. Damares Alves aborda a perversão
das crianças no Brasil


Dra. Damares Alves
O vídeo da Dra. Damares descreve com provas indiscutíveis, a perversão que o Governo de Lula aplicou e o de Dilma que impõe hoje às nossas inocentes crianças escolares, com o objectivo frio e premeditado de destruir os valores que lhes são incutidos pelos pais, e de confundi-las para assim induzi-las a aceitar desde já, as formas de sexo que oferecem e determinadas aberrações sexuais que existem na sociedade. Destaca também a naturalidade e complacência com que o Governo trata a figura execrável do pedófilo. Ataca por fim com veemência o actual Governo na sua tendência infame de procurar, a todo custo, aprovar o aborto.


Ver vídeo em
http://www.youtube.com/watch?v=r_2uktcM3cI&noredirect=1





segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Relatório à direcção da Confederação Nacional
das Associações de Família
sobre o visionamento prévio de dois filmes
a emitir pela RTP2


(Apresentado por Heduíno Gomes à Direcção da CNAF
em Maio de 2005,
na sequência do visionamento prévio pela CNAF de 2 filmes
sobre a suposta «educação sexual» de crianças e jovens
na RTP2.

Refere-se à operação lesiva do equilíbrio moral e psíquico
de crianças e jovens
montada por Manuel Falcão, então director do referido
canal do Estado,
e Teresa Paixão, produtora)


1 – O convite à CNAF para o visionamento dos filmes

1.1 – Através de carta datada de Abril de 2005, a direcção da RTP2 dirigiu à CNAF um convite para visionar dois filmes, supostamente de «educação sexual de crianças e jovens».

1.2 – Tal convite por parte de uma estação de televisão à Confederação Nacional das Associações de Família é, em si mesmo, louvável. A CNAF, não tendo o exclusivo de representação das famílias portuguesas e dos seus valores, não deixa de representar associações de família e os valores perenes da célula fundamental da sociedade. Neste sentido, a CNAF teria de estar à altura de exprimir a opinião das famílias por si representadas e de defender os valores que justificam a sua existência como instituição.

1.3 – Por decisão da sua Comissão Executiva, reunida em Abril de 2005, foram designados em representação da CNAF para aceder ao convite da RTP2 a sua Presidente, D.ra Maria Teresa da Costa Macedo e Heduíno Gomes.

1.4 – Assistiram ao visionamento, além dos representantes da CNAF, pessoas da RTP (Manuel Falcão, Director da RTP2; Teresa Paixão, da RTP2, produtora, se não me falha a memória; uma psicóloga de um programa da RTP; e uma médica pediatra da RTP) e uma senhora, também convidada, representando uma associação relacionada com crianças.


2 – Os filmes visionados

2.1 – Trata-se de duas curtas metragens, de banda desenhada, de origem dinamarquesa, dobradas em português a partir de uma versão canadiana. A origem dos filmes foi inicialmente indicada como sendo canadiana, o que afinal não correspondia à verdade.
Manuel Falcão, o então director-geral
das operações de corrupção
de crianças e jovens
através da chamada
«educação sexual»,
utilizando os meios do Estado.
Teresa Paixão, a operacional
da corrupção de crianças e jovens
através da chamada
«educação sexual»,
no que é profissional
à custa do dinheiro dos contribuintes.
2.2 – Os filmes foram apresentados por Manuel Falcão como sendo destinados à «educação sexual» de crianças e jovens e merecendo uma apreciação por eventualmente poderem levantar «alguns problemas». Esses eventuais problemas seriam causados pela «falta de evolução dos portugueses». Determinar se, nestas circunstâncias, os filmes deveriam ou não ser transmitidos seria o objecto do visionamento.

2.3 – Observando ambos os filmes, podem fazer-se deles as observações que se seguem.

2.3.1 – Nos filmes, é usada a máscara da «ciência» e da «pedagogia» para encobrir uma visão amoral do mundo. Com efeito, trata-se de uma ciência de trazer por casa e de uma pedagogia permissiva, onde temas íntimos são colocados fora do tempo certo, fora do local certo, fora do modo certo, fora da moral e até fora da sanidade mental e física.

2.3.2 – Os filmes colocam os impulsos sexuais acima da razão e da moral. Citando o insuspeito Lenin – supõe-se que não vaticanista, nem metropolista, nem reaccionário –, numa carta sobre a matéria dirigida a uma conhecida feminista, ele acusa as feministas de encararem o acto sexual como quem bebe um copo de água. Os filmes em questão estão na linha da sinistra e decadente teoria do copo de água.

2.3.3 – Os filmes sobrepõem a espontaneidade dos instintos à razão e à moral. A mensagem é clara. Faz o que mandam os teus instintos, não penses, não ligues aos valores morais... Apetece-te ter relações sexuais... não te reprimas, não cries traumatismos psicológicos com a repressão sexual...

2.3.4 – Os filmes reduzem o sexo entre humanos a um conjunto de técnicas visando a satisfação dos instintos. A exemplificação é clara. Relações sexuais... olha, é assim... a penetração é desta maneira... apetece-te masturbares-te... olha, os rapazes é assim e as raparigas é assado...

2.3.5 – Os filmes incentivam as raparigas à autodestruição do hímen. Sugerem assim que esta mutilação consiste apenas numa simples questão técnica, numa simples questão de correcção anatómica. E até ensinam como o processo pode ser tecnicamente controlado através de um espelho colocado no chão.

2.3.6 – Os filmes colocam a actividade sexual humana no mesmo plano da actividade sexual animal. Mostram inclusivamente o acto sexual entre cães, donde resulta o óbvio estabelecimento de um paralelismo. A parte positiva da história é que não ousaram, por enquanto, sugerir a zoofilia. Talvez num próximo episódio.

2.3.7 – Os filmes são instrumento de destruição de pudor nas raparigas e rapazes. A comparação é clara. Tudo se passa sem inibições como entre os cães e as cadelas, onde tais sentimentos não existem...

2.3.8 – Os filmes promovem o experimentalismo, o aventureirismo e a irresponsabilidade sexuais, dando origem a situações irreversíveis de saúde física e mental. A sugestão é clara. Vá lá, experimentar é natural... é tudo natural... vê lá se gostas assim deste modo...

2.3.9 – Os filmes, sob o pretexto de «preparar para a vida» e «precaver acidentes» e «agressões», incentivam de facto a prática precoce e inconsciente da actividade sexual.

2.3.10 – Os filmes fazem a apologia de uma modernidade descabelada, contra a natureza humana e contra a moral natural. A lição é clara. Sê moderno, sê moderna, não sejas bota de elástico, os valores morais estão antiquados, são coisas do passado...

2.3.11 – Os filmes incitam explicitamente a práticas homossexuais entre rapazes e entre raparigas. Desenvolvem a teoria das «opções sexuais» e colocam cenas de homossexualidade como naturais. A desdramatização é clara. Para mais, aqui, os cineastas já não se limitam a sugerir seguir os instintos naturais, que são os da heterossexualidade. Aqui, eles já vão ao ponto de tentar desviá-los para actos contra natura, contra os próprios instintos.

2.3.12 – Os filmes, utilizando ainda uma estratégia indirecta, procuram mais uma vez fomentar a homossexualidade masculina. Com efeito, à semelhança da publicidade sobre produtos de higiene íntima, manipulada por homossexuais nos grandes meios de comunicação, é exibido o sangue menstrual mas aqui ainda mais explicitamente. Sabendo-se de que género de pessoas isto vem, os propósitos não são inocentes: o nítido objectivo é criar nojo nos rapazes em relação às raparigas.

2.3.13 – Os filmes, sob a aparência de protegerem as crianças em relação a abusos sexuais de adultos, favorecem de facto a pedofilia. Na realidade, os filmes iniciam prematuramente as crianças e jovens na actividade sexual, o que «abre o mercado» aos pedófilos. Mais, deixam a porta aberta para uma relatividade de idades permitidas. A conclusão é clara. Os filmes, à primeira vista, aparentam substituir a aberração da pedofilia pela «simples» aberração da promiscuidade. Mas, na realidade, acumulam ambas as aberrações.

2.3.14 – Os filmes contribuem para a desorientação moral e sexual das crianças e jovens e para a sua futura infelicidade. O drama é evidente. Os filmes empurram essas crianças e jovens, assim como as famílias que venham a constituir no futuro, para situações irreversíveis, com fardos que vão ter de carregar durante todas as suas vidas.

2.3.15 – Os filmes incentivam a irresponsabilidade e a insanidade sexual. Com a promiscuidade que geram, contribuem para o alastramento do SIDA, hepatites e outras doenças sexualmente transmissíveis.

2.3.16 – Os filmes apresentam como modelos, no papel de narradores, crianças e jovens sexualmente «avançados», «ousados», auto-educados e auto-educadores, e sem terem de prestar contas aos pais. É assim colocado de cabeça para baixo o processo de educação e controlo familiar das crianças e jovens: além de perderem completamente a autoridade, passam os pais e educadores a aprender com os clarividentes outrora educandos.

2.3.17 – E ainda, já não no plano sexual mas no do relacionamento familiar, os filmes, através de referências insolentes de crianças em relação a familiares adultos, incentivam ao desrespeito, desobediência e condutas erradas. Também este aspecto não é inocente, pois integra-se igualmente na estratégia de destruição dos laços afectivos e de autoridade no seio da família. É isso que lhes permite manipular e utilizar mais facilmente as crianças e adolescentes.

2.3.18 – Em conclusão, os filmes inserem-se completamente, sem a mínima dúvida, no grande plano perverso e decadente de conspiração global contra a Civilização, a moral e a família.


3 – A discussão em torno dos filmes

3.1 – Passando-se à exposição das opiniões sobre o que acabara de ser visto, com excepção das manifestadas pelos delegados da CNAF, todas as opiniões foram inteiramente favoráveis, ou favoráveis com algumas reservas pontuais (como, por exemplo, se, no filme para as crianças, se deveria dizer vagina ou pipi, pela simples razão de que as crianças podem não saber o que é vagina, enquanto pipi sabem o que é; ou, por exemplo, se deveriam aparecer os cães).

O pessoal ligado à RTP (empregado da RTP às ordens do Manuel Falcão) não tinha quaisquer reservas. Defendeu em bloco e afincadamente a transmissão dos filmes assim como os seus conteúdos (com vagina ou pipi), argumentando dentro dos parâmetros morais e sanitários da realização cinematográfica, que parecem ser igualmente os seus. Fizeram os mais rasgados elogios aos supostos dotes didácticos, científicos e artísticos dos filmes, assim como o facto de terem sido premiados (certamente por um júri formado por congéneres).

3.2 – Os delegados da CNAF opuseram-se à transmissão dos filmes com argumentos baseados nos valores da moral, da família e da sanidade mental e física das crianças e jovens, conforme na descrição dos filmes já acima apresentada.

3.3 – Contra as opiniões dos delegados da CNAF advogando a não transmissão dos filmes, foram usados os habituais argumentos decadentes anarco-liberais, amoralistas, das pedagogias modernas, da modernidade e da pseudociência que pretende que «a homossexualidade não é doença».

3.4 – O coro RTP dirigido pelo maestro Manuel Falcão também ousou puxar dos galões para «provar» a suposta superioridade e prevalência da opinião dos «especialistas» presentes e ausentes. Invocaram a sua enorme «competência técnica», a sua formação profissional e um suposto superior conhecimento das matérias em causa (a psicóloga e a pediatra). Foi assim colocada a técnica (?) versus natureza humana, versus moral e versus bom senso. Tais pretensões tecnocráticas, que apenas revelam ignorância doutoral, insensibilidade primária e amoraliade que ultrapassa mesmo a dita politicamente correcta – e também ignorância técnica –, foram naturalmente refutadas.

3.5 – Mesmo depois de ouvirem as opiniões sobre os filmes visionados, os responsáveis presentes da RTP persistiram na sua argumentação e na sua determinação em prosseguir com a transmissão dos filmes.

Isto prova inequivocamente que o seu propósito não era propriamente ouvir o parecer de bom senso da CNAF e reponderar a questão, devendo concluir que os filmes não deveriam ser transmitidos e reconhecendo que a sua compra consistiu numa má aplicação do dinheiro dos contribuintes.

O propósito dos responsáveis presentes da RTP era de facto outro.

Contando intimidar os representantes da CNAF perante um ambiente orquestrado e dominante tão «desinibido», tão «progressista» e tão «cientificamente fundamentado», o seu propósito era apenas obter da instituição ali presente como representante das famílias, por omissão de uma oposição frontal, um alibi. Amanhã confrontados por este grave atentado moral e sanitário às crianças e adolescentes portugueses, eles pretenderiam invocar o agrément da CNAF... por falta de oposição frontal.

Se assim calcularam, enganaram-se.


4 – O suposto enquadramento educativo da transmissão dos filmes

4.1 – Supostamente, a transmissão dos filmes seria feita a umas horas sabiamente escolhidas para serem vistos pelas crianças e adolescentes com os pais ao lado. Trata-se apenas de mais uma falácia destinada a mascarar de «pedagogia» a pornografia. Na realidade, os responsáveis por este atentado às crianças e adolescentes não têm nenhuma garantia da presença dos pais ao lado dos filhos durante a transmissão.

4.2 – E para que serviriam os pais ao lado dos filhos? Só se fosse para, a cada cena, uma pior do que a outra, lhes irem dizendo que o que estavam a ver era uma perversão. Será que a RTP2 aposta em transmitir matéria «interessante» e «esclarecedora» pela negativa para suscitar o papel educativo dos pais? Será esta a nova (?) técnica educativa da RTP? Mais uma falácia desculpabilizante de quem sabe muito bem o mal que está a fazer.

4.3 – Suponhamos o cenário em que os filmes são vistos por crianças e adolescentes em companhia dos pais. Quais serão os pais normais e filhos normais que não se sentirão naturalmente incomodados e feridos no seu pudor perante tais porcarias? Obviamente que estamos a pensar em pais e filhos normais, isto é, pessoas normais, como o são a esmagadora maioria. Não estamos a pensar nos anormais que são os obcecados por sexo, os decadentes, os perversos, os indivíduos sem tabús, como se apresentou afinal o grupo encabeçado por Manuel Falcão e parece dominar a televisão pública.

4.4 – Como mais uma forma de dourar a pílula, foi anunciado que, posteriormente à emissão dos filmes, estaria previsto um «debate». Se por acaso houvesse alguma incompreensão dos filmes, então, com o «debate», tudo ficaria esclarecido. Na realidade, tratar-se-ia de um pseudodebate, entre jovens, com certeza sem maturidade nem preparação intelectual para procederem a uma abordagem séria dos problemas. Tal pseudodebate só poderia ser útil aos conspiradores anti-sociais e agradar a gente de superficialidade mental e preparação intelectual idênticas às dos garotos participantes.

4.5 – O «debate» teria a agravante de ser dirigido por Júlio Machado Vaz, um indivíduo que, com a sua postura doutoral, na televisão e em todo o lado, é um dos maiores propagandistas da decadência, do amoralismo, da homossexualidade. À partida, seria um debate triplamente manipulado: pela imaturidade dos participantes em geral, pela escolha massiva e certamente criteriosa de jovens participantes «avançados» feita pelos responsáveis da RTP2 e, por fim, pela «autoridade científica» do já tristemente conhecido «moderador».


5 – O enquadramento ideológico e conspirativo dos filmes
e as óbvias conclusões sobre a pretensão da sua transmissão

5.1 – Tais transmissões televisivas, por constituírem uma agressão aos portugueses, deveriam pura e simplesmente ser proibidas em qualquer estação. A transmissão pela televisão do Estado, que é paga com o dinheiro dos contribuintes, torna-se um abuso de poder do loby da perversão em interesse próprio, um desvio dos fins da televisão do Estado e uma utilização indevida de fundos públicos.

5.2 – Tendo sido referido que os filmes em questão haviam recebido prémios, só pode concluir-se que os júris que lhos atribuíram se identificam com os seus autores quanto à ausência de valores e propósitos. É sabido que os concursos com júris que atribuem prémios a filmes deste quilate são simples montagens promovidas pelos apaniguados dessas causas perversas. Os nossos critérios morais e sanitários não são, definitiva e inequivocamente, os dos júris dos Hollywoods.

5.3 – O facto de, na RTP, responsáveis pela compra de programas terem adquirido estes filmes – e outros também! –, vem mais uma vez provar que esta instituição, que foi fundada para participar na educação dos portugueses, está, na melhor das hipóteses, nas mãos de pessoas «distraídas», e portanto incompetentes para a função. A outra hipótese é de quem adquiriu estes filmes e persiste na atitude ser da mesma índole moral dos autores desses filmes. Acresce que alguns desses funcionários têm dado provas de insistente e feroz militância a favor da apresentação de filmes e produção própria idêntica, tal e qual os filmes visionados, conduzindo à degradação moral das crianças, jovens e sociedade em geral.

5.4 – Do ponto de vista policial e judicial, a promoção televisiva de tal decadência pode não ser encarada como simples «distracção», «tolerância», permissividade, laxismo, ideologia... Pode igualmente ser encarada como eventual actividade promocional de indústrias paralelas, tendendo ao desenvolvimento do comércio sexual, nomeadamente de pedofilia. Pode, portanto, eventualmente, fornecer pistas que permitam a identificação de autores desses delitos. Assunto a seguir pelas polícias.

5.5 – Estes filmes e outros que tais, assim como a sua divulgação, inserem-se na orientação anarco-liberal, hedonista e amoral, que serve a estratégia, nuns casos, ou tácticas, noutros casos, de vários grupos de interesses, e que, organizada ou espontaneamente, a promovem, e que abaixo são referidos.

5.5.1 – O complexo social-industrial. A essência da lógica interna do complexo social-industrial é fomentar a existência de chagas sociais para ter mercado. Ele apresenta os seus sacerdotes como «especialistas» dos problemas humanos e detentores únicos da verdade científica e recusando o bom senso não só das pessoas comuns como dos especialistas não corrompidos. Encontramos assim um calculismo perverso entre alguns psicólogos, psiquiatras e sociólogos freudianos e aparentados, pedagogos «modernos» e permissivos, assistentes sociais sem sentido social mas com sentido carreirista e comercial, terapeutas permissivos da toxicodependência, sexólogos reichianos, etc. O mesmo calculismo perverso existe ainda da parte de alguns laboratórios de antidepressivos e outras drogas da psiquiatria, da toxicodependência e das suas consequentes doenças do foro estritamente físico, resultantes dos distúrbios primários.

5.5.2 – A indústria da droga. Às indústrias das drogas naturais, semi-sintéticas e sintéticas interessa a existência de uma juventude desorientada e hedonista, que lhe proporcione um extenso mercado. A indústria da droga é um dos buldozzers do complexo social-industrial.

5.5.3 – As indústrias da noite, do álcool e do tabaco. Pelas mesmas razões.

5.5.4 – As indústrias do cinema e da música rascas. Pelas mesmas razões.

5.5.5 – As indústrias e os lobies do sexo. Pelas mesmas razões.

5.5.6 – Os lobies homossexuais e feministas. Tanto aos homossexuais como às feministas, radicais ou soft, interessa o triunfo da depravação, pois em tal situação consideram ter alcançado estatisticamente a sua «normalidade».

5.5.7 – As seitas satânicas. Elas visam o triunfo do mal, promovem-no e prestam culto a Satanás. Para atingirem o seu fim, servem-se de todos os expedientes enumerados, nomeadamente filmes como os referidos.

5.6 – Todas estas actividades contra a Civilização são orquestradas por indivíduos com interesses e motivações diversas. Muitos fazem dessas actividades, no seu dia-a-dia, uma permanente militância. Eles recebem depois o apoio de pessoas que influenciam mentalmente, que subornam pelos mais variados meios, ou que simplesmente são confusas e frouxas, pessoas que, embora não defendam explicitamente essas doutrinas e práticas com o mesmo empenho, constroem uma argumentação eventualmente filosófica relativista, «ponderada», permissiva, cúmplice, que, na prática, apoia as maquinações dos conspiradores contra a Civilização.

5.7 – A situação exige medidas urgentes e firmes por parte dos responsáveis pela RTP.

Lisboa, 4 de Maio de 2005

Heduíno Gomes